Miserável, nasceu poeta

Miserável, miserável nasceu poeta!

Salgadinho, a cidade também aborta.

E o que se tens de mim nas tuas ruas,

Nem os versos coube, de tão bêbado.

Miserável, miserável nasceu poeta!

Salgadinho, a cidade também aborta.

E o que se tens do homem, que não pari,

Perpétuo, é o sentimento dos olhos.

Miserável, miserável nasceu poeta!

Salgadinho, a cidade também aborta.

E de nós que não se fala, mas se olhar,

As ruas, nem carrega nossos todo tédio.

Miserável, miserável nasceu poeta,

Salgadinho, a cidade também aborta,

E a carranca que se prende n’alma,

É de uma face de nós mesmo.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 14/10/2016
Código do texto: T5791921
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