METADES (Parkinson)

Metade sem medo treme

Metade teme cair

Metade perdeu o leme

Metade tenta seguir

Falha o comando mais fútil

De desnecessário pensar

Vem sensação de inútil

Vontade de não mais tentar

Um passo consegue ir à frente...

Breve ilusão... alegria

Vem queda de repente

Feito balde de água fria

Noite sonha novo começo

Acorda confuso e impreciso

Rápido o primeiro tropeço

Morre o lado Narciso

Todo dia é um desafio

Seguir driblando perigos

Uma sensação de vazio

Sente falta de abrigos

No fundo tem esperança

Que a cura chegue uma hora

Como esperar também cansa

Bem devagar... senta... e chora...

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Publicada no livro "Folhas ao Vento"

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 23/10/2016
Código do texto: T5800500
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