A Paisagem do Meu Olhar

Nada me espera nesta manhã.

As palavras passeiam em silêncio

À sombra da desordem dos sentidos.

Todas as perguntas que não fiz

Tocam-me os olhares de poente.

Nas mãos, a impaciência do tempo

Contorce-se em pressa e solidão.

No sopro do pensamento,

Espreguiça-se uma lembrança qualquer.

Há dias em que a saudade

É um ruído noturno, acordando o sono.

É um reflexo de um rosto na penumbra,

Insone em interrogações e súplicas.

É a imagem incontida do desejo, do sonho

Que apenas banha-nos os olhos

Feito uma confissão de lágrimas silenciadas.

© Fernanda Guimarães

www.fernandaguimaraes.com.br

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 09/10/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T58034