Em Silêncio

Ao meio dia,

Sob um céu azul

Fui te procurar para curtir o teu olhar.

Mas tudo estava escuro,

Inesperadamente cresceu um muro.

Não havia ninguém ali.

O teu silêncio me dizia algo,

Enquanto eu sofria,

Enquanto eu morria.

Foi ai que lembrei, quantas vezes você também morreu.

Mesmo assim, a gente não enxerga direito,

Só vê o defeito, que alguém pode contrair.

A minha alma está fechada

Atrás das grades,

Atrás das paredes,

Sob as placas de advertência.

Não adianta mentir,

Não adianta medir...

Você me disse, que queria viver e

Precisa de alguém para ter a onde ir.

Essa dor,

Essa cor...É ciúme sim.

É loucura exigir.

Você não é minha

Bem como não sou de você.

Talvez eu seja um vazio,

Um anjo negro,

Quando penso só em mim.

Você um dia tem que seguir

E eu se não quiser ficar sem rumo

Me decidir.

Tudo está sossegado,

Há tantos corpos do lado

A me repetir...

Você nunca me pertenceu.

Eu preciso dizer ao menos uma vez,

Quanto vale falar com a vida e dizer, que você hoje sou eu.

E que eu já sou dependente de ti.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 26/07/2007
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