No céu da boca

movimentam-se as palavras.

descrevem o voo das araras

coreografado no vento.

nas ondas dos rios

navegam poemas.

passam os séculos não apagam

nenhuma estrela no céu da boca.

as veias da América Latina

são laços soltos no peito.

na linha do tempo

não morrem as águas.

ondas namoram o sol.

uma deusa atrai o olhar de Oxóssi.

giram os olhos, a saia e os braços.

uma flecha de luz transpassa o corpo.

expulsa a minúscula pedra da alma

respira livre o pulmão.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 02/11/2016
Reeditado em 02/11/2016
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