REMINISCÊNCIAS IV

Portas e janelas guardam segredos

Ouviram sussurros e juras

Confidências e inconfidências

Trancadas em si mesmas

Nada dizem

Observam

Vigiam

Intimidam

A presença silente

Quase sempre é um grito

De almas inquietas.

Portas se abrem

Portas se fecham

Libertam ou protegem

Revelam ou escondem

São dramas da vida

Do teatro da existência

Como olhos úmidos

Casados com almas

Inquietas e itinerantes.

Detalhes e pequenez

Imperceptíveis

Quase nunca notados

Mas existem

Mesmo efêmeros

Curtas vidas

Que enfeitam existências

Finitas como flores

Carregadas de beleza

Mesmo quando ao chão.

A beleza se contrapõe

Se alterna e se encanta

Mas nada supera o azul do céu

Nem a alma humana

Que reside em olhares

Em janelas que observam

E torres que vigiam

Compondo a harmonia

Da beleza que se expande

Ao infinito

À serenidade do olhar mudo.

Azul cobrem os alegres céus

Na terra telhados nos cobrem

Nos livram do calor

E nos prendem das belezas

Tal qual corpos fechados

No silêncio e na indiferença

Da vida como um dom

E de horizontes a percorrer

Em descobertas constantes.

Fechar abrir uma porta

É mergulhar no universo

De possibilidades.

Portas abrem e fecham

Chaves sempre em suas mãos

Cabe a cada um

A escolha de sua vida

Caminhos a percorrer

Ou isolamentos restauradores

A cada um, suas decisões.

Passado e presente

Convivem em cores e harmonia.

Conviver com o diferente

É entender que a diferença

É um convite à harmonia da beleza

Que realça a existência

Em tempos vários

Em momentos únicos

Tão diversos

Tão nós.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 07/11/2016
Código do texto: T5816475
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