Apneustia
preciso falar um pouco
saio da água e respiro
parece que aqui não ouço
se continuo aqui, não vivo
ainda encharcada, eu sei,
mas meu desejo de liberdade
foi mais forte e eu tentei
seca, matar a saudade
a liberdade ou a vida?
vejo você solene, coberta pela água
não imagino a lida sem ti
mas contigo me encho de mágoa
em algum momento do caminho
nos perdemos, afogamos
e você perdeu a cor
assim nos tornamos sozinhos
parados, já não andando
sinto falta da minha flor
o impasse se declarou
a gente dorme em cima do problema
a frustração aumenta, não para
seguir ou não era o dilema
não perco a esperança que a gente
um dia queime de novo
que volte a confiança e me entregue
e eu te ame feito louco
toda aquela voz, nossa vontade na vida
que dentro de nós, arde desfalecida
cheia de nós, eu caio entorpecida
dentro de mim dorme a poetisa
e de você, dorme a rosa
uma hora acordaremos
você com teu sorriso
e eu com a minha prosa
(08/11)
- M.M.D.