Apneustia

preciso falar um pouco

saio da água e respiro

parece que aqui não ouço

se continuo aqui, não vivo

ainda encharcada, eu sei,

mas meu desejo de liberdade

foi mais forte e eu tentei

seca, matar a saudade

a liberdade ou a vida?

vejo você solene, coberta pela água

não imagino a lida sem ti

mas contigo me encho de mágoa

em algum momento do caminho

nos perdemos, afogamos

e você perdeu a cor

assim nos tornamos sozinhos

parados, já não andando

sinto falta da minha flor

o impasse se declarou

a gente dorme em cima do problema

a frustração aumenta, não para

seguir ou não era o dilema

não perco a esperança que a gente

um dia queime de novo

que volte a confiança e me entregue

e eu te ame feito louco

toda aquela voz, nossa vontade na vida

que dentro de nós, arde desfalecida

cheia de nós, eu caio entorpecida

dentro de mim dorme a poetisa

e de você, dorme a rosa

uma hora acordaremos

você com teu sorriso

e eu com a minha prosa

(08/11)

- M.M.D.

Marília Dagostin
Enviado por Marília Dagostin em 08/11/2016
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T5817083
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