Rosa Negra

Tu precisas me dizer algo/

Pois que os teus olhos/

Vagueiam na intercessão

Da dor, da insanidade e da razão/

Não objeto os motivos/

Mas vejo de longe/

Em silêncio/

Bebes e comes/

Estudas e tem abrigo/

Não te faltas roupas/

Bem como não te faltas dinheiro/

Mas teu coração/

É triste/

Por acaso não es a mulher daquele/

Que aprendeu com o pai o oficio/

E vê a mulher/

Como território ou simplesmente um vício/

A espreita do seu animal interior/

Se é isso/

Por favor, não pranteie/

Se não conseguires, que te veja/

Como a luz/

Se não conseguires, que seja/

Como a voz, que conduz/

É certo que a angustia/

Intercederá a solidão/

Morta em vida serás a imagem da humilhação/

Ainda que o teu egoísmo/

Seja responsável por dizer não/

É lamentável/

Mas nesse campo/

Há muitas indo sem direção/

E só o teu amor/

Por ti, é capaz de desobstruir/

Essa tua luta diária/