Mãos a Deus

Mãos que afagam,

São as mesmas que matam

Mãos que soltam,

São as mesmas que atam

Oh divina criação,uma mão!

Quem as tem desconhecem seu poder.

Nem sempre o poder traz a força;

Impõem ou obriga uma situação.

Mãos às vezes delicadas

Muitas das vezes arredias.

Atrevidas cheias de ousadia,

Percorrendo as brechas da alma de alguém.

Abrem portas, trancam com chaves

Criam travas, desatam nó

Irradiam a cura dos males,

Suavemente tocam as dores

Suturam chagas,

Acariciam amores.

Benditos quem as tem,

Em toda extensão de seu criar

E pobre dos que não contêm todo o seu esplendor,

Das mãos amigas,

De um afago de amor.

Muitas mãos se foram

Em guerras de fome ou poder

Muitos nem chegaram as ter!

Mas todo vivente

Mesmo que sem a chamada sorte

Não pode negar a morte

E muito menos que um dia

Quando ainda pouco sabia

Veio a vida por elas

E com elas receberá

O seu último adeus.