Decência

Às vezes teu corpo e mente falam-me em códigos decifráveis

E não fecho o cerco, aquieto-me simplesmente

E ater-me agora é preciso, pois se estou a tantas luas de distância...

Sou das regras, das rimas não encontradas, sorrindo em minhas avarias

O teu amor não é maior que o meu, e também não é menor

Sempre nos vemos, nos relemos, nos buscamos num colóquio sussurrado

Em nossas vidas há muitos passos a serem dados, há muitos palmos... já não sei quantos

Mas em total lucidez decreto: nossos rumos nunca serão vazios de amor, não, isso não!

Temos muito a nos dizer, temos muito a fazer

Agora temos os lábios fechados

Temos muitos insetos na teia

Vejo-te somente em sonhos e canções

Posto que não há o que tatear no claro, deslumbro-me no escuro véu em nós

Não morreremos

E não choraremos à toa

Temos muito tempo para amar em versos comedidos

Se não podemos alarmar nossas decências

10/10/2016

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 15/11/2016
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