Rabiscos

Ouço seus passos lentos por uma estrada de pedras, e num momento de emoção indescritível vejo um riacho em suas mãos abertas em conchas

Vejo-o cerceado pela mata ciliar refletida intensamente no brilho de seus olhos trazendo o tom de minhas cores preferidas, me presenteando o que sai por sua boca, nariz, ouvidos e olhos escorrendo em minhas mãos... "obrigando" a mulher estática mover-se, a mostrar-se.

Que dispa-se então a mulher estática!

Que sorte minha receber sua imagem assim, - uma alma nua transportando riachos

Vejo-lhe antes por dentro e posteriormente por fora em suas cores e mãos a aquecer meus sonhos, levando-me ao mergulho inevitável.

Sinto o que se move nas águas que me banham o corpo enquanto meu coração é desenhado em seu leito amplo.

Tão amplo que perde-se em horizontes que me fecham os olhos ao abrir com destreza os segredos de um enferrujado cofre onde guardo apenas segredos

Confundindo seus cílios com o riacho que lhe nasce na aparência fria do medo que de dentro lhe brota sigo em sua direção porque tudo em você vem de dentro e mistura-se a beleza da capa rara que lhe veste.

Sua alma límpida é como as águas cristalinas que se vê no riancho seguro nas mãos transbordando sentimentos...

E de manhã lhe escrevo estes tolos versos.

20/10/2016

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 16/11/2016
Código do texto: T5825332
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.