SEPULTURAS NAS PUPILAS

Todo o passado está enterrado

Atrás das pálpebras dos meus olhos.

No centro das íris, no cerne das pupilas.

Ali, e tão-somente ali, posso encontrar

Tudo aquilo que um dia fui ou os resquícios

Que respingam o meu andar torto e sem gracejo.

As abertas janelas da alma são também as portas

Que encerram o que já passou, não há epitáfio, nem epifania,

Qualquer anunciação santa ou divina. Basta olhar no espelho

Para deparar-me com tudo, com as lembranças de cada dia.

Todos os acontecimentos, todos os sentimentos, toda a vida,

Sepultam-se na incógnita das pupilas, a cova mais perfeita. dos meus olhos.

No centro das íris, no cerne das pupilas.

Ali, e tão-somente ali, posso encontrar

Tudo aquilo que um dia fui ou os resquícios

Que respingam o meu andar torto e sem gracejo.

As abertas janelas da alma são também as portas

Que encerram o que já passou, não há epitáfio, nem epifania,

Qualquer anunciação santa ou divina. Basta olhar no espelho

Para deparar-me com tudo, com as lembranças de cada dia.

Todos os acontecimentos, todos os sentimentos, toda a vida,

Sepultam-se na incógnita das pupilas, a cova mais perfeita.