Ontem

Minha auto-homenagem ao entardecer prende-se ao fato de ter estado Contigo.

Rio, canto, danço... Pinto os lábios, solto os cabelos e viajo em ti sem Rumo algum

Reflito sobre o teu jeito de me olhar e abraçar, parecendo um peixe Serpentiforme e escorregadio...

Meus ouvidos te ouvem como música que sai de uma flauta verde e Doce, respectivamente de um estúdio e pelas ruas da cidade onde todos Caminham para a luz

O que tens nos olhos que tanto me desorienta?

Me flameja a alma onde labaredas gigantes aquecem as vidraças frias Deste inverno louco

Não; não há necessidade de respostas, pois sei que tu também não Haverias de saber.

Senti teus sonhos nascendo ao alvorecer (lembra-te?),

Senti tua beleza, não tão somente nos olhos, e sim, nas palavras que Saiam da tua boca e me contornavam a cabeça - também como música

Saíamos daqui desta Terra e nos encontrávamos num céu iluminado Banhando a cidade inteira de luz... Éramos tão livres do mundo.

Viagens incontáveis fazíamos em nós

Tão bela quanto tuas mãos brancas que moviam-se entre os cachos Loiros do sol em meus sonhos era a vida que tínhamos:

Bela! Bela! Bela!

Ainda ontem, viajando sobre as linhas do trem, pude rever as paredes dos prédios, as crianças nas calçadas... Enquanto meus olhos Permaneciam atrelados as horas em que te senti em total plenitude

Percebi então a necessidade de estar sempre em teu colo, de ter tuas mãos ao alcance das minhas, de estar em teus sonhos

E aquele cheiro de café pela manhã ainda anda impregnando minhas narinas

Por que existe a distância entre nós?

Por que não nos desmaterializamos para nos achar sorrindo dentro das veias de quem amamos?

05/11/2006

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 21/11/2016
Reeditado em 21/11/2016
Código do texto: T5830268
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