ENFORCAMENTO DAS FLORES

Olhei pela janela do meu quarto

E vi todo o meu jardim em cianose.

Apoptose das cores

Enforcaram as minhas flores.

Coroas azuladas, beijadas pela morte

Caíam dos seus tronos-caules, indo

À lama do frio chão. Uma após a outra

Morriam sem oxigênio, enforcadas pelo vento,

Invejoso do amor, que juntos cultivamos.

Colocou ele sua corda temível e invisível

Sobre os pescoços delas e cruelmente apertou.

Maldito vento sem contento próprio, roubou

Minhas flores, minha felicidade. Agora da janela

Do meu quarto, vejo um mar cinza. O vento no alto, ri.