Anelo

Que eu possa ver entre os escombros,

A vida reluzindo feito um pisca-pisca;

Que ela derrame seu mel em minnha boca

E me addoce as palavras,

E que elas limpem o amargo da vida.

Chorar? Apenas diante da beleza.

Que eu tenha braços para alcançá-la;

E que nos reconheçamos quando eu,

Despido de pretenções, econtrá-la

Na rua, andando (vejam vocês!!),

Andando distraída

Ou agitando um varal de roupas.

Tenha eu a capacidade de,

Num ato de pura leveza,

Tocá-la, desviar-lhe o rumo;

Ensinar-lhe meu endereço,

E fazê-la preencher meus interiores.

Ah, quero a beleza a granel!

Fluindo, descambando,

Afogando minha mágoas.

Que a beleza flua em mim

Num manancial de águas limpas.

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 06/12/2016
Reeditado em 06/12/2016
Código do texto: T5845729
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