Anelo
Que eu possa ver entre os escombros,
A vida reluzindo feito um pisca-pisca;
Que ela derrame seu mel em minnha boca
E me addoce as palavras,
E que elas limpem o amargo da vida.
Chorar? Apenas diante da beleza.
Que eu tenha braços para alcançá-la;
E que nos reconheçamos quando eu,
Despido de pretenções, econtrá-la
Na rua, andando (vejam vocês!!),
Andando distraída
Ou agitando um varal de roupas.
Tenha eu a capacidade de,
Num ato de pura leveza,
Tocá-la, desviar-lhe o rumo;
Ensinar-lhe meu endereço,
E fazê-la preencher meus interiores.
Ah, quero a beleza a granel!
Fluindo, descambando,
Afogando minha mágoas.
Que a beleza flua em mim
Num manancial de águas limpas.