A flor e o espinho

Desejo a flor da avenida

Aquela flor cheirosa e bela

Será uma rosa encarnada,

ou uma chanana amarela?

Que abre e fecha cedo

Como ela sai na janela

Vejo sua beleza, de longe

Falta-me seu cheiro, de perto

No seu rumo fechado

Tento um caminho aberto

E nele encontro espinho

Mas prossigo, esperto

Não quero uma qualquer

Desejo a flor da avenida

Inteira, cheirosa, bela

e naturalmente despida

Pra fazê-la esquecer

as espinhadas da vida