A tua frustante avidez

Eu vejo hoje a tua avidez,

a avidez que eu tanto amava,

que eu tanto venerava no seu andar de fogo!

A avidez que poderia reconstituir toda a minha ânsia,

meu deleite e meu desejo

que a teus pés joguei sem medo.

A avidez que hoje não invejo mais,

mas repulso cá por dentro,

que assisto e repudio por percebê-la ora estática!

Desde então, não mais caminho com passos fortes,

mas apenas ando com cautela,

com medo de esbarrar mais uma vez numa dessas pedras.

São pesadas, mas sem significado e sem profundidade.

Sem mistério, nem simbolismo,

nem além do seu elementar...

São apenas pedras!

Que, é certo, podem matar pessoas

mas, no mais, apenas as obstam de passar.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 11/12/2016
Código do texto: T5849860
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