Impossibilidades
Sem chance de livrar-me da saudade… Me deixo levar nos sois que nascem a cada manhã que me leva… São tantos
E esta sensação de não estar em mim – sem ti
Sem tua "casa” onde pude te "ler" de todas as maneiras possíveis e impossíveis
Saudades dos teus olhos guardando-me, como se me soubesses tudo
Saudade até mesmo da ilusão que manifestou-se em meu peito sem minha concordância
Te trazendo sorrindo feito criança
Saudades do teu colo que foge e do teu corpo que caberia em meu abraço agora
O medo de te ver e não mais me ver novamente
O medo de não saber o que dizer e ficar somente a te olhar como antes
Não é do meu feitio olhar-te assim!
E digo insistentemente que não vou mais sonhar
Mas o que fazemos com os sonhos que não querem acordar?
Tenho tua alegria triste
Tenho os teus risos ciganos sem direção a te angustiar, tenho ainda tua emoção sentida em mim como espelhos d`água nas calçadas
E chove em mim tuas gotas dos olhos sem me olhar
Vontade de ler tua linguagem silenciosa e beijar tua voz cansada
Como te ler sem medo? Como te contar meus segredos?
Ouço o meu silêncio nas flores lá fora e aqui dentro esfria a cada dia
O que tenho teu está tão perto de minhas fantasias mudas
Estale os dedos que meu mundo explode em cores!
E ainda canto a beleza por mero disfarce
E ainda ouço tuas músicas na brisa das manhãs que são tuas
11/12/2016