Mil Espinhos na Face
A criança valente. Contente segura a dor.
Mil espinhos na face. No corpo. Na mente.
Seu sangue correndo. Vermelho vivo. Ácida cor.
O carrasco em pé. A flor em suas mãos. Rosa.
Machuca o quanto pode o que não se vê
O que vê chora o que não pode até morrer
Isso! Não importa qual olho seja. A agulha está lá.
Vozes e gritos ecoam aqui. Veja a criança sangrando.
Ouça seus gritos de rancor. A desesperança
A pele queimada e cortada refresca sua alma
Os vícios, os modos repetidos lhe matam por dentro
Impuros eles são mas sem nada com a razão
Maduros estão ou não ou são talvez em vão
Também erram. Pois não. Perfeitos estão ou pensam que são
Esquerda, direita. Não chore, não grite
Abaixe a cabeça. Mil espinhos na face. Na mente.
Não olhe para trás. Não segure a mão. Aguente
Não tente. Apenas sente. Segue em frente.
A criança valente. Contente. Morreu com a dor
Cantou para os pássaros mas não sentiu o amor.
(16/12/2016)