Minha poesia é povo

Minha poesia não tem a simetria

da parede de tijolos, revestida

de um rebuscado reboco literário.

Sou poeta do povo, tenho antes

a poesia da rede onde dormitam sonhos...

Não há janelas... nem é varanda.

Só uma rede toscamente armada

sob árvores que nunca plantei

e em que subi quando criança.

Sou poeta do povo

e no casebre aonde vão os peregrinos do amor,

ali armei minha rede...

À margem do caminho é que me posto

e minha poesia espera...

Minhas palavras são somente palavras

e se adornam da simplória experiência de ser povo...

Não é um verso novo,

mas, recontado a cada dia, um velho verso;

é assim que me posto junto ao caminho...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 11/10/2005
Código do texto: T58595