MORTE AO MITO

O resto do meu ritual

Seguiu rastros na relva fresca

E virou um rubro dogma de axiomas.

A premissa do seu anátema é não acreditar

Naquilo que é místico ou mágico,

Embrionário da celebre escrita.

Máquinas giram

Sem saírem do lugar.

São moldes de contemporaneidade

Para asas de ferro barato.

Eu serei livre!

Quando o meu sol queimar

E cores sem existência no hoje

Passarem a existir.

Eu serei livre!

Quando ‘para sempre’ deixar

De ser um estigma fantasioso

Da insuficiência de felicidade.

Morte ao mito!

Ao homem sem palavras

Ao eu alheio a poesia.

Clamo liberdade!

Libertação do tempo de ócio,

Do espaço sem uso frutífero.

O resto do meu ritual

Seguiu rastros na relva fresca

Levando a morte ao mito.