O CUPIM E O CEDRO

Naquela tímida casa velha

Havia um cupim do início das eras.

Cupim este que tentava provar

O esteio de cedro daquela casa.

O inseto já havia degustado

Todas as outras madeiras postas

Na sustentação do lar dos bípedes,

Só a madeira do cedro lhe foi dura demais.

Esperou anos, na esperança, de o cedro amainar,

Porém quanto mais o tempo passava, mais dura

A madeira ficava. A paciência do minúsculo cupim

A cada dia mais curta ficava. O cedro interiormente

Ria das tentativas vãs do chato inseto persistente.

E assim, o tempo seguiu testando a resistência de ambos.

Os bípedes foram embora, a casa desabou, a chuva lavou,

Contudo, restaram imortais: o esteio de cedro e o cupim.