Beijo de camarão com alho e óleo

Olho com meu olho

O alho que queima no óleo

Sinto o cheiro dos oleodutos

Dos navios em mar alto

O camarão queima na boca do vento.

Frita de frio os pés da sereia

Que espera o camarão na areia

E derrete na sua boca cheia

Aquela inesperada ceia

O camarão derrete na boca do pensamento.

Surge enfim um beijo naquele frio

Todo o desejo da boca por algo frito

A língua se sente em labirinto

Escorrega no alho, óleo e infinito

O camarão some na boca do tempo.

Fábio Marfê
Enviado por Fábio Marfê em 01/08/2007
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