UM TOLO APAIXONADO
Meu coração alucinado não agüenta
Fazer de conta que não pensa em te querer.
Vou acabar me declarando em via pública,
Já que minha súplica não chega até você.
Eu já cismei de te parar em plena rua;
Cheguei ao ponto de pegar em tua mão.
O coração, porém, não me deixou falar-te;
Quase mata-me de enfarte,
Não deu outra, fui pro chão.
Já fiz promessa pra um santo casamenteiro,
Pois faço tudo pra minha sorte melhorar;
Já consultei o pai de santo de um terreiro,
Lá do Rio de Janeiro, mas to vendo que não dá.
Você se esquece que eu existo, e quando passa,
Só acha graça porque sou desajeitado.
E eu acostumado a ser astro em picadeiro,
A passar o tempo inteiro te chamando pra me amar.
Nunca me importo com as inconveniências.
Apesar das conseqüências continuo a te adorar.
Pulo o sarro dos que assistem e pulo azar,
Mas nem pulando o tempo todo
Eu agarro um teu olhar.
Vou te contar! É de amargar!