Manequim.

Nunca mais o bailar das letras,

O encanto da caneta,

Marcando o papel.

A força do ameno,

Procurando um veneno,

Que não se desfaz.

A soma perfeita,

Escrivaninha e cadeira,

Simetria real

No solo branco, arado,

Bem preparado,

Pronto para semente

Mais que brilhante,

O fruto reluzente.

Ponteiro que sempre acerta

Distante de sua meta,

Contrariando a sorte.

Uma ausência vazia

Preenchendo sozinha

A saudade e a solidão

Sem a sombra das letras, dos traços,

Dos acordos demarcados.

Sentimentos silenciados.

A privação sem fim,

A subtração da fantasia

Nas dores de um manequim.

RENATO SANTOSS
Enviado por RENATO SANTOSS em 16/01/2017
Reeditado em 22/07/2018
Código do texto: T5883657
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