CAMINHANTE

Sem rumo vou, meu destino
parece ser pequenino,
e juro que desconheço.
Amanheço e anoiteço
mergulhada em tédio imenso,
que se torna mais intenso
à medida que eu cresço.
Canções canto e espanto
esse medo que me invade,
e me faz olhar a tarde,
sem um raio de esperança.
Tudo, tudo, a mim, me cansa...
Mas a canção vai comigo,
ela é como um abrigo
que me protege, me esconde.
Eu continuo o caminho,
que tem flores, tem espinhos,
e vai dar... Eu não sei onde.

                    .  .  .


Paulo Miranda
Esse medo que te invade
pra mim soa como surpresa
pois pra confreira e confrade
és a vera Fortaleza...