RASTROS

Vestígios, rastros, de quê?
Eu não sei, sequer você,
tudo se acaba no nada
da vida que passa correndo,
correndo, correndo apressada. 
Não entendo.
Será, acaso, tem medo
de nos contar seus segredos,
aqueles que guarda consigo,
protegendo-os do perigo
de que alguém lhes veja os traços,
e os reduza a pedaços?

Madrugada, descaminhos,
rosas vermelhas, espinhos,
fatigado, distraído,
sou um pobre ser perdido.

               .  .  .


ANGELICA GOUVEA
 RASTROS

Rastros que permanecem
A cada poesia que escreve
São marcas que não prescreve
Tece poema e vem nos oferecer
Ressonância do teu viver
O mundo aberto como um livro
Sem segredo que nos fazem te conhecer.