Sertão

Sinto as ruas antigas cheias de pó.

Sinto o efeito uísque eterno.

Ouço cada passo.

Cada coração meu.

Cada pele minha.

Onde está tudo que perdi?

Onde está tudo que encontrei?

Onde está tudo?

Ah! A juventude!

Como a amava.

Como a amo.

Ao ponto de fazê-la acordar!

Onde procuro o escritor e o quadro negro para apagar com esponja molhada o pó da via láctea?

Os olhos cheios de azul antigo,

Sofrem os açoites de pedras-lágrimas;

E não me deixam esquecer:

O dia de minha ausência ainda não acabou.

Toya Libânio
Enviado por Toya Libânio em 28/01/2017
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T5895743
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