A CECÍLIA MEIRELLES

Querida Cecília, desculpe a minha pretensa intimidade,

Mas quis eu aprender contigo o sacro Exercício

De compor boa poesia, bem ou mal, eu aprendi.

Não que venha este aprender incerto a ser falha do teu ensino

Que, por sinal, foi-me riquíssimo e santificador,

Porém não cheguei a ser um pastor de nuvens,

Devido a tua eloquente supremacia das dores e delícias,

Em gerar por diversos partos tão somente belas poesias.

Eu estive levianamente contando Os Mortos

E todos os motivos de uma rosa decidida

Para assim, eu não descer à sepultura.

Não tive nenhum Motivo exato para isso.

A poesia simplesmente me bateu e arrebatou,

Pois esta é um infinito Mar Absoluto de quereres.

Mar este que não quero vencer seja Noite

Ou um Afogado Dia de Chuva fria e insípida.

Obrigado querida Cecília, de tudo a tudo.

Vou-me a fazer poesia, Elegia a uma pequena borboleta, grande mulher, poetisa.