A íris

Leio as linhas,

leio as retinas negras do vitrô da parede,

leio o tempo morto e o sol nascente é sempre tão vermelho.

Não sabia ver o horizonte em rosa,

nem podia imaginar o mar tão agitado,

apenas na canoa,

naquele rio,

eu via o cinza chumbo congelar os meus magros sonhos.

Depois que se sai de casa,

depois que da ilha deserta vemos nossa infância,

tudo envelhece,

e a cor dos nossos olhos,

azuis ou não,

são as cores de nossos sentimentos.

Toya Libânio
Enviado por Toya Libânio em 05/02/2017
Código do texto: T5903049
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