NOITES EM FUGA

Será que o som do sax não mais me conduz?

Não me seduz pelos timbres chorosos,

Pelos reflexos de olhos morosos.

Entorpecidos.

Não me espantam os agudos perdidos.

Absurdos emaranhados num copo.

O luxo com corpo de devaneio,

Vagão suspeito da desesperança, da mesmice.

A voz rouca de tons harmônicos,

Remetendo ao soturno por cada passo

A cada traço rabiscado pela fumaça do cigarro.

Pigarro.

Promiscuidade no próximo show.

De salto, saia, sutiã, saliva, segundos...

Sem nada.

Com o apelo por aplausos para nenhum talento.

Ou talvez ao dom de habitar em sonhos.

Junto com os ponteiros (já tortos)

O exílio caminha já cansado ao fenecimento.

Para o repouso calado de outro culpado

Do crime diário de pedir perdão

E confessar ao padre, vestido de garçom,

Meus mesmos pecados no confessionário...

Copo, conhaque, balcão, contrição.