Lobo

Eu não sou cordeiro

Sou antes um lobo,

que abate as presas no nevoeiro

Eu devoro o galinheiro

Que apenas bota ovos,

esperando o fim derradeiro

Me expulsam aos berreiros

Mas eu sempre volto...

Sou muito matreiro

Cães farejam meu paradeiro

Em vão, pois me escondo

e não deixo rastros ou cheiro

Passatempo rotineiro

Que pra eles é alento

Nunca chegará o dia,

no qual eu suma por inteiro.