Casulos de metal
Casulos de metal
(Sinal vermelho)
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(Sinal verde)
Casuais cascas
Que causam
Com descaso
Por acaso
Entre as casas
E as calçadas
Consequências
Vãs demências
Vão e voltam
Variados
Volumosos
Numerosos
Estampados
Com seus códigos
Junto aos rótulos
No semblante
E na traseira
E ligeiras
São suas idas
Idas, vindas
E estadias
Exceto
Quando entopem
As suas vias
Preenchendo
Involuntários
Intermináveis
Receptáculos
De almas
Perturbadas
Perfuradas
Pelos sons
Incessantes
Das cornetas
Que ascendem
Em canções
Dissonantes
Implicantes
Sem compasso
Sobem, sobem
Sobem ao passo
Que passeam
Os errantes
Encalhados
Como orcas
Orcas gordas
Em areais
Limitando
O movimento
Em momentos
Infernais
Infindáveis
P'ros que assistem
P'ros que lembram
E p'ros tais
E prostar-te
Deves tu
Que quatro aros
Não possues
Se tens dois
Ou tens nenhum
(Sinal vermelho)
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(Sinal verde)
Reinam
Mesmo que impotentes
Congelados
Se intitulam
Invioláveis
Honoráveis
Nunca falhos
Sendo hilários
Latifundiários
Tomam posse
Das passagens
Imponentes
Incontestáveis
Quando livres
Novamente
Basta apenas
Passo em falso
Pra que deixem
Esmigalhados
Os que cruzam
Bem ousados
Suas rotas
Imutáveis
(Sinal vermelho)
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(Sinal verde)
Entretanto
Entrem e venham
Entre tantos
Se entretenham
Com esta cômica ciência
Quando fora dos casulos
Finda toda a imponência
Finda a fonte de sua força
Finda forte como crença
Vulneráveis como todos
Totalmente em transparência
Nus de ego, nus de aço
Nuvens negras os embaçam
Novas formas os emboçam
Novos ares os abraçam
Novos males ameaçam
Novos cárceres os caçam
Caçoando como nunca
De sua antiga condição
Em casulos congelados
E agora desatados
Voltam todos à razão
(Sinal vermelho)
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(...)
Thadeu Melo Fidélis
(03/03/17)