O que tive em vida espero da morte,
Sem navalhas afiadas ou becos escuros.
 
Quero casar-me no céu.
 
Encontrarei vidas passadas
Roupas lavadas
Água pura
 
Não haverá noite escura
ou escaldante deserto.
Nada será incerto
 
O amor 
Terá conserto
 
As falhas queimarão com as palhas.
A palavra se espalhará como o vento.
Os pensamentos serão de todos
E tudo será dividido.
 
um pouco para cada um
 
Horas, para que servirão?
O tempo não passará,
O mar não se abrirá,
A terra não frutificará.
 
O desnecessário
Será o óbvio.
 
Nem cavaleiros perdidos nas guerras
ousarão erguer suas espadas.
 
Os trovões da madrugada
Silenciarão os corações aflitos,
Pena,
Serão ouvidos os gritos dos anjos.
 
Aves vorazes sobrevorão escalpos,
O sério se distrairá com o riso,
Nuvens acalentarão sonhos
E a solidão será célula ausente.
 
Nos olhos perspicazes flutuarão cores,
Esparsos redemoinhos girarão lentamente,
A força do destino tomará forma
Quando o menino crescer e virar gente.
 
Não valerá plantar árvores no asfalto,
Nem quebrar os infrutíferos espelhos,
O reflexo aparente transparente
Divergirá do corpo que se apresentará.
 
Não tenham fome, meus irmãos!
A fome os matará sem piedade!
Não tenham sede,
A sede secará seus lábios!
 
Pensem apenas em como sobreviver
Neste mundo aonde os vivos reclamam da vida que levam
E os mortos se acostumam a estarem mortos.
 
Mário Sérgio de Souza Andrade - 07-03-2017.
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 07/03/2017
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