Grita o coração, clama a poesia!
Enxerga o meu canto
e escuta minha voz...
Quando a sós dizias
que eram nossos dias
os melhores da existência!
A vivência, que tivemos,
foram sonhos deletados,
na fogueira da saudade;
todos foram derretidos,
foram gritos e gemidos,
morreram em tenra idade...
Escuta minha voz,
se, ainda, tens ouvidos...
Se, acaso, estão surdos
e a boca jaz calada,
tateia na ilusão,
navega o coração!
Mas escuta minha voz,
pois clamam meus sentidos...
Choram as estrofes
dos versos que componho...
Solta está a lingua,
patética em seu sonho,
desfeito seu cantar,
por tanto sofrimento...
Vibram, no entanto,
as contas do rosário,
deslizam em meus dedos,
pedem a Deus por ti...
É mais sofredor
quem já foi embora,
do que quem fica e chora
seu pranto de amor!
Eu calo minha voz,
já não mais falarei
sequer uma palavra...
Eu já te disse tudo,
agora, me calei!
(às 10/50 hs do dia 05/08/2007)