Poesia no começo do dia
Poesia no começo do dia
Se contar a partir da noite
Meia palavra se ara e há
No açoite do vento de lá
Pra cá com pó do tempo
Semeia na seara sem par
Os sons de muito alento
Sílaba a sílaba bem atento
O vocábulo é muito vivido
Vívido de sentido partido
Na frase sem juízo detido
Numa oração sem a ação
Sem cor de nada de sorte
Cor sub ordenada do nada
No período em puro apuro
Misto de ordens sem tino
Num redemoinho de areia
Cheia de poesia que anseia
Nascer do pó em desatino
Da lavra do escritor genuíno
Regada a sangue de sua veia
Inflada do exercício matutino