DESDITA
 
Minha história, sem história,
não teve brilho, nem glória,
apenas passou pela vida
de uma forma distraída,
sem ver nada, uma coitada,
pobre e entristecida.
Auroras cinzentas e lentas,
marcadas pela ausência
de festejos e alegrias.
Era isso que eu queria?
Não, não era, só quimera,
sonhos lúdicos e impúdicos,
barco perdido sem vela,
a vagar sem rumo certo
em meio ao calor do deserto.
Não logrou uma aquarela,
história triste foi ela.

              .  .  .


Paulo Miranda
Alimentar a desdita
fôlego dá aos nossos sonhos
e que prevaleça a escrita
sem pesadelos medonhos...