Sopro Insólito

Morro exausta

e o meu corpo numa cama escarlate.

Ouço ainda o toque afoito dos teus dedos

compondo canções insanas,

tua boca ensaiando cânticos

e teu tronco ensinando-me a dormir

saciada.

São nuvens bêbadas essas em que piso

- foge o equilíbrio ao equilibrista -

Deixo-me guiar de olhos vendados

pelo toque que repousa leve em meu colo.

Um assavio quente escorre em meu pescoço.

Noites de volúpia e medo,

vontade,

segredo.

A palma, o tato,

são cegos,

morcegos aflitos sentindo perfurar-lhes a luz.

Algo anjo sopra sonhos em minha alma.

luana vignon
Enviado por luana vignon em 13/10/2005
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