Nobre Tempo...

Acabei abraçando a brisa na areia da praia... Eu subi feito uma pipa na linha... Voei, desbiquei, dei um retão e subi ao mais alto do céu... Flutuei feito folha de papel... Levitei como bolha de sabão... Eu ultrapassei uma ultraleve... Eu deixei pra traz uma asa delta... E o mais interessante é que eu não tinha asas... Fui mais rápido que uma águia... Com tanta alto estima até brinquei com as aves de rapina... Fiz manobras no ar... Dancei sozinho... Fui criança na lembrança... Cheio de esperança eu só esperava o carinho... Parei um pouco pra descansar... E refletindo sentado na mão do Redentor... Eu pensava em tudo aquilo... Com o sorriso em meio ao vento eu curtia todo aquele momento... Mas depois desse nobre tempo... Acordei... Acordei bem no banheiro parado na frente do espelho... Que desespero... Acho que fui hipnotizado... Ou abduzido e depois libertado... Ou o meu espelho é um portal antigo cheio de feitiço... Daqueles dos contos e dos livros... Será que é um portal todo enfeitiçado... Hahahahaha... Que sarro... Eu só sei que me teletransportei e eu não sou o He-Mam... Ou quem sabe talvez me transformei no Gorpo... Rum... O louco... Vai saber... Agora já não sei... Só sei que não tenho nenhuma explicação... Eu voei no céu sem sair do chão... Eu parei no ar igual a um colibri... E eu não sou o Dadá Maravilha... Sem asas e sem hélices eu conheci as nuvens e fui muito feliz ali... Enfim... Eu consegui então sair daqui do porão... Graças a Deus eu consegui... Viva... Eu consegui...

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 14/03/2017
Reeditado em 14/03/2017
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