ELEGIA

ELEGIA

tudo na minha alma é para sempre

como o sono dormente das pedras.

Tudo na minha alma é noite

revestida de melancolia, de tédio, de medo.

Tudo na minha alma é esperança, vontade de viver,

de sonhar o sonho impossível

de ser eu mesmo duro como a pedra

para suportar os torpedos que me são

atirados pela janela dos dias.

Tudo na minha alma se dissolve

como nuvem escura nas cinzas das horas.

Tudo na minha alma se transforma

na dor de existir,

na agonia demiúrgica do meu degredo.

Tudo na minha alma é solidário

com a vida pequena dos homens.

Tudo na minha alma é utopia, repousa

nas esquenas desertas do mundo.

jose rodrigues
Enviado por jose rodrigues em 05/08/2007
Código do texto: T594118