Tio Ernesto...

Quando o ultimo tijolo é posto

é que fica ainda mais forte o gosto

amargo da despedida

pois ali se encerra uma vida

e mesmo que ainda existam sonhos

a jornada fica interrompida...

Quando o cimento é colocado

parentes e amigos lado a lado

choram uma perda lastimável

pois falo de um homem inigualável

desses que não se vê toda hora

por ser ao mesmo tempo firme e amável...

Durante toda a sua existência

manteve a sua essência

crioula por natureza

forjado na lida de gado

jamais se sentiu acovardado

quando lhe assolava a tristeza...

Homem sério e de postura

conquistava toda e qualquer criatura

com seu modo simples de ser

e hoje temos a triste realidade

de termos incomodando a saudade

de alguém impossível de esquecer...

Jamais teve medo do pealo

nem no lombo de algum cavalo

nem quando uma rasteira da vida

queria lhe tirar do rumo

seguia em frente, com aprumo

persistindo forte na lida...

Assim foi meu tio Ernesto

a quem essa homenagem eu presto

com o coração cheio de dor

deve estar em algum corredor

da estância bendita do céu

desempenhando algum papel

determinado pelo Deus poderoso

e de lá, com seu olhar bondoso

nos cobre com bênçãos de amor...

Adilson R. Peppes.

Adilson R Peppes
Enviado por Adilson R Peppes em 17/03/2017
Reeditado em 04/04/2017
Código do texto: T5943558
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