Uma pequena história
Era uma casinha de pedras.
Entrei.
Na parede da sala
um retrato:
Jesus, Maria e José.
Parei...
Fui seguida pelo bom José
(o Joseph de outrora),
Fui atendida pela doce Maria
(a sua bela Myrian)
– “Quem é aquele menino preso em seu colo?”
– “Aquele menino cresceu. Fez- se homem. Homem de Deus”.
UMA NUVEM DE SILÊNCIO
José forte.
José com mãos de carpinteiro.
E a sua Maria com olhar de candeeiro.
Fortalecida pelo peso nos ombros.
Entre seus olhos – boa simetria.
Ali já se desenhava uma cruz mal talhada.
A História Contemporânea quer negar o bom José,
aquele que dialogou com os anjos
em tempos remotos.
Quem, em sua heresia, negaria também Maria?
O mesmo cético que negará outros Josés, outras Marias.
Aquele que apagará José do Patrocínio, em berço pátrio,
que chorou sob o pó de giz a sua Maria – sua verdadeira aprendiz.
E chegará um tempo em que Jesus, Maria e José
não farão sentido algum;
mesmo que se sonhe a noite inteira.
In: PrimaverAndo nas EntreLinhas - p. 71-72
Nota:
Publicado em homenagem ao Dia de São José.
Imagem: Internet