Numa Sexta-feira, à Noite...

Caminhava pelas ruas desertas e serenas,

Acompanhado apenas pela Lua e pelas estrelas,

Depois de ter se evadido de uma roda de boêmios,

Que tocavam viola e recitavam poesias, à beira-mar,

Em mim, todos haviam exauridos em seus motes e versos,

Queria apenas a companhia da minha dama: a noite,

Ela, que sempre foi a minha companheira e confidente,

Ela, detentora de todos os mistérios do mundo,

Miríades de poetas já te prestaram homenagens,

Deves, portanto, estares farta das palavras,

Contudo, ainda assim, permita-me te dizer:

É somente do teu negrume, do teu breu,

Que a poesia nasce enluarada,

Repleta de estrelas e cometas,

E que o poeta, ser cancioneiro,

Abre as grandes e antigas portas

Do devaneio.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 26/03/2017
Reeditado em 26/03/2017
Código do texto: T5952094
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