MALABARISMO

Desasada quedo-me

no chão abissal

da desilusão

Veneno ou remédio

da taça servida

eivam meu desdém...

Dou de ombros rasgo

a veste outonal

me desnudo e assim

verto em hipotética

dança espectral

para o céu me guio...

neste rodopio

que me enfeitiça

me solto da pinça

escavo o suspense

acordo a suspeita

dormente em seus olhos

reinante às espensas

de minha agonia

assalto o seu riso

roubo a cena após

atada por nós

indeléveis, vãos

reino à revelia.

Ana Maria Gazzaneo

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 30/03/2017
Código do texto: T5956170
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