ENOLA NA FLORESTA DOS ESPELHOS QUEBRADOS
Da noite de luar confortante
Nasce do desejo, uma febre inebriante,
Um calmante inconstante...
Enola se difunde em sonhos,
Se confunde em pesadelos maiores que ela
Se corresponde...
Desenha a si mesma na tela, na terra...
Na parede da capela
E se enfeita na imensidão do universo,
E une versos em uma poesia perdida
Naquela suave canção de despedida
Nas ondas dos teus sonhos
Enola se banha e quase se afoga
Se cria através do olhar
E das emoções de outrora
E agora!?
Os mistérios da fauna e da flora (que afloram)
Na aurora dos tempos ela se vê renascer
Se ilude eternamente e cegamente,
Na promessa do amadurecer
Anoitece na floresta dos espelhos
E o som da lágrima é exato e medonho
Enola acorda dentro do sonho
Expondo mais uma vez teu sorriso tristonho
Feridas permanentes,
De sangue coagulado,
Enigmas freqüentes
E mistérios ainda não desvendados
Pontes sinuosas de fins incertos
Equalizam-se nas placentas ao redor dos fetos
Que choram e iluminam o caminho até a floresta
Dos espelhos, que logo refletem tua indecisão
Tua exaustão, tua emoção...
E os medos mais sombrios de teu coração
E os cacos, aos milhares a repelem
E a esperam na luz, dizendo:
"Viaje bem, te veremos do outro lado"