Tu sabes
tu sabes
que trago
um verso amargo
que vem do estrago,
do rasgo
no peito.
por onde
tinha andado
nunca haviam chegado
com bocado de agrado,
um afago
estreito...
mas tu,
meu amado,
tens ocupado
o lugar que era vago
e me dado
um leito:
me deste
um norte
e não mais divago -
hoje ao teu lado,
o passado
rejeito;
deste, ainda,
o sorriso
mais largo:
nesse verso o guardo,
e no teu seio
me deito...