Maria Eduarda, presente!
MARIA EDUARDA, PRESENTE!
Quatro tiros silenciaram
Centenas de sonhos e planos:
Por ser negra, a executaram
E ela só tinha treze anos...
Tentou correr, desesperada,
Ao ouvir os tiros de pistola;
Acabou sendo baleada
Em pleno pátio da escola.
Disse a bala: vim te buscar,
Acabou a Educação Física!
Negro aqui não pode sonhar,
Tem que entrar na estatística!
O gatilho foi apertado
Por essa onda reacionária,
Sempre bem representada
Pela polícia sanguinária...
Ao redor da Maria Eduarda
Só se via revolta e tristeza;
Quem viu-a sendo alvejada,
Afirmava com plena certeza:
Foi o batalhão genocida,
Nem é preciso investigar;
Não foi uma bala perdida,
Foi VONTADE de matar!