BORBOLETAS FRENKENSTEINS

Minhas borboletas coloridas caíram

Compondo um triste arco-íris no chão.

Morreram, pois as flores do meu jardim

Fugiram para muito, muito longe de mim

Foram atrás de um mito descabido -

Amor - a arte de voar sem asas próprias.

Padeço infeliz ante tal tragédia. Tudo se vai,

Coisas, flores, borboletas. Nada, em mim, se encerra.

Enterro as borboletas em montículos de terra

Cobertos por minúsculas cruzes metálicas

Ligadas a miúdos eletrodos, amores, paixões.

Desejos frios há tanto passados e esquecidos

E rezo para que raios mais alegres e cálidos

Iluminem-nas de novo com artificial vida

Para que mesmo descoloridas mortas-vivas

Vivifiquem o coração falho deste ninguém.