DESTROÇOS DOS OLHOS

Dos olhos que naufragam

Não há destroços que se salvam.

Alguns cílios são desprendidas balsas

Nas lágrimas que descem sem valsas.

Além disso, os restos perdidos

Rumam à alma de sonhos feridos

Vão ao profundo ingrato de mim

Buscando atravessar o limiar do fim

Tentando cair pelo libertador precipício

E achar bem longe, à deriva, novo início.