UMIDADE

Alguns desertos moram

Em cálidas lágrimas em queda.

Lágrimas acidificadas

Pelo acúmulo de solidão.

Estes desertos apesar da umidade

Vinda do firmamento nuvem-ocular

Guardam uma secura, que vai

Além da alma e custa a passar.

Estes desertos espelhados na gota

São pedaços de precipícios líquidos

E anseiam alguma salvação,

Alguma nova rica formação

Livre da secura, das arestas,

E cheias de algo bom não dito.